Imagem!
Linhas soltas que já deixei de ver, mas estão aqui!
Porque não sais do meu caminho?
Já te esqueci! Não! Não consigo
Associar-te à palavra amigo!
Faltei, Faltou de mim!
Alguém falou contigo, Miragem!
Existes algures no interior do consciente
Estás presente! Lembras-te de mim!
Mas não! Não falas!
Estás! Sim, eu sei!
Quem és? Já soube, mas verei um dia!
O mundo corre aos meus pés!
Tu és! A mais real das fantasias!
Tu sabes! Não!
Talvez soubesses, se quisesses ver! Sentir!
Mas estas aqui a cada instante! Próximo!
Tão semelhante ao real! Eu sinto!
Sim! Eu sei!
E passa outra vez a tua imagem!
Não! Não é uma miragem!
A tua mente que olhou p’ra mim!
Um pensamento teu, passou aqui!
Eu vejo! Sou! E vou!
Afasto-me e viro as costas!
As pérolas espalhadas aos teus pés! Não vês!
Olhas para as pálpebras fechadas, sem abrir os olhos!
As linhas soltas não te dizem nada!
És! Tão frio em água ardente!
Paixão que vem do escuro e vai embora sem tocar!
Olhei! Não vi!
E como nada fosse, olhas tu p’ra mim!
Não sonho, mas voei p’ra longe!
Fiquei tão perto! Sei!
Pois já existe um portal aberto!
E passam telegramas!
Não queres entender o código de morse!
Ou eu também!
Já sei! Erguem-se as árvores, as flores murcham!
E mudam-se as cores cada dia! Magia!
Eu acredito! Mudei!
Voltou de novo e mudou de novo!
E mais ainda vai mudar!
As linhas soltas caem no papel!
Sim! Eu sei! Sei que as abelhas fazem mel!
Ferram e morrem!
Queres mais moral?! Ah, pois foi!
Quase me esqueci! Não queres nada!
Eu fecho os olhos mas a lua abre-os de novo!
E Foi! Vem outra vez!
De lá p’ra cá no meu caminho
As linhas caem! Eu vou!
Corro devagarinho.
Passei! Fiquei! Sorri! Voei!
Eu esmago os frutos! Arranco as pétalas das flores!
Ergue-se como um muro desta vez
Inesperadamente!
Daqui não sais! Eu vi!
E volta a mudar! Há de chegar!
E passa e corre! Morre e nasce outra vez!
Mas tu não vês!
Que labirinto se transforma em deserto!
Vejo!
Os cumes das montanhas não me ferem os pés!
Não! Já não dói! Doeu!
Mas atirei ao mar! E brilha na areia!
São diamantes e cristais!
Acho que fui longe demais!
Agora estou demasiado perto! Nascem flores!
A chuva já não cai! Ainda estas aqui!
Silencioso! Como um tronco milenário!
Tão claro! Tão belo! Passas por mim!
E para lá do muro teu, eu vejo desespero!
E espero! Até que continue!
Um mundo de princípios que não avança!
Não dás o braço a torcer!
Foges e deixas! Mas não chegas a perder!
Passou! Mais uma vez passou por mim cantando!
Está frio aqui! A água embala-me!
As linhas caem no papel!
Eu vou andando! Até mais ver!