25 000 a 30 000 genes
25 000 a 30 000 genes.
É isto que nos define: um conjunto de 25 000 a 30 000 genes.
Surge-nos como um número verdadeiramente imponente, não surge?
Vinte e cinco mil…
Quase que nos atrevemos a dizer “Somos realmente sublimes. Tão complexos e com tantos genes que certamente, e sem dúvida alguma resistente, seremos os detentores do maior número! Sim, porque não conhecemos nenhuma outra espécie que seja capaz de desempenhar e executar, criar ou até mesmo, simplesmente, existir como nós…”
No entanto, depois de um pensamento desta índole levar um estalo bem no centro do nós mesmos, onde reside o nosso teimoso antropocentrismo, quando descobrimos que o arroz que confeccionamos e comemos das mais diversas maneiras, presente nas mais diversas receitas culinárias tem dez vezes mais genes que nós, dói no mais íntimo do nosso orgulhoso ser!
Dez vezes mais...
250 000 a 350 000 genes…

Esta nossa tendência para acharmos, e assim entendermos como conclusão óbvia, que somos a espécie mais grandiosa que caminha sobre a face do planeta Terra, leva-nos a fechar os olhos perante aquilo que se revestiria de maior evidência, ou seja, que não somos diferentes dos animais (afinal é o que no mais puro dos sentidos somos) nem sequer, como revelam os últimos trabalhos de alguns biólogos, das próprias plantas!
É difícil, segundo a nossa forma diminuída de ver o mundo, entender que 1% seja a percentagem de bases púricas e pirimídicas que nos distingue dos chimpanzés. Isto é, que é apenas uma diferença de 1% na adenina (A), citosina (C), guanina (G) e timina (T) da cadeia de DNA, que por sua vez possui os genes que nos identificam, que permite que sejamos diferentes dos chimpazés.

É muito fácil esquecer que a linha que distingue humanos dos restantes animais é, na verdade, real e que apenas uma diferença simples nos factores de transcrição cerebrais, não nos torna assim tão diferente dos grandes primatas...

Já em 1859 Charles Darwin afirmou, após uma viagem ao longo da América do Sul, que a origem de ser humano residia no macaco quando publicou a obra “The Origin of Species”. No entanto, foi considerado louco e ainda hoje simplesmente não somos capazes de fazer caber no nosso ego que, realmente derivamos de animais e assim o somos também, e fazemos por nos esquecer de lembrar disso...
No entanto, o nosso egoísmo e auto-centrismo não reside apenas em nos destacar, seres humanos, dos restantes animais, mas também de nos afastar daquilo a que se chama raças.
Na verdade este não é mais do que um disparate rotundo ao sabermos que, por exemplo, a cor da pele deriva de, pelo menos, 22 genes, e que as variações nestes genes não são mais do que variações intraindividuais face às solicitações ambientais contínuas...
E assim, da variação polimórfica de uma só base púrica ou pirimídica (adenina, citosina, guanina ou timina) podem derivar cerca de 10 000 000 combinações diferentes de tons de pele.

E da nossa incompetência em aceitar a nossa animalesca origem, continuamos a perpetuar agressões múltiplas a diversas espécies, continuamos a insistir em experiências lesivas em grandes primatas (tão morfologicamente distantes e tão geneticamente próximos) e continuamos em fechar os olhos querendo acreditar-nos como entes supremos do mundo vivo.
Da nossa teimosa e forçada impossibilidade intelectual em entender que entre nós e os outros está apenas uma diferença mutacional a nível proteico e não um nível de superioridade inexplicável, insistimos em afastar cores diferentes de nós, insistimos em agredi-los verbal, física, mental e espiritualmente e até mesmo ostracizá-los de uma forma, ironicamente, animalesca.
Talvez esteja na hora de começarmos a abrir a nossa mente e deixar que o óbvio se instale em nós.
É isto que nos define: um conjunto de 25 000 a 30 000 genes.
Surge-nos como um número verdadeiramente imponente, não surge?
Vinte e cinco mil…
Quase que nos atrevemos a dizer “Somos realmente sublimes. Tão complexos e com tantos genes que certamente, e sem dúvida alguma resistente, seremos os detentores do maior número! Sim, porque não conhecemos nenhuma outra espécie que seja capaz de desempenhar e executar, criar ou até mesmo, simplesmente, existir como nós…”
No entanto, depois de um pensamento desta índole levar um estalo bem no centro do nós mesmos, onde reside o nosso teimoso antropocentrismo, quando descobrimos que o arroz que confeccionamos e comemos das mais diversas maneiras, presente nas mais diversas receitas culinárias tem dez vezes mais genes que nós, dói no mais íntimo do nosso orgulhoso ser!
Dez vezes mais...
250 000 a 350 000 genes…

Esta nossa tendência para acharmos, e assim entendermos como conclusão óbvia, que somos a espécie mais grandiosa que caminha sobre a face do planeta Terra, leva-nos a fechar os olhos perante aquilo que se revestiria de maior evidência, ou seja, que não somos diferentes dos animais (afinal é o que no mais puro dos sentidos somos) nem sequer, como revelam os últimos trabalhos de alguns biólogos, das próprias plantas!
É difícil, segundo a nossa forma diminuída de ver o mundo, entender que 1% seja a percentagem de bases púricas e pirimídicas que nos distingue dos chimpanzés. Isto é, que é apenas uma diferença de 1% na adenina (A), citosina (C), guanina (G) e timina (T) da cadeia de DNA, que por sua vez possui os genes que nos identificam, que permite que sejamos diferentes dos chimpazés.

É muito fácil esquecer que a linha que distingue humanos dos restantes animais é, na verdade, real e que apenas uma diferença simples nos factores de transcrição cerebrais, não nos torna assim tão diferente dos grandes primatas...

Já em 1859 Charles Darwin afirmou, após uma viagem ao longo da América do Sul, que a origem de ser humano residia no macaco quando publicou a obra “The Origin of Species”. No entanto, foi considerado louco e ainda hoje simplesmente não somos capazes de fazer caber no nosso ego que, realmente derivamos de animais e assim o somos também, e fazemos por nos esquecer de lembrar disso...
No entanto, o nosso egoísmo e auto-centrismo não reside apenas em nos destacar, seres humanos, dos restantes animais, mas também de nos afastar daquilo a que se chama raças.
Na verdade este não é mais do que um disparate rotundo ao sabermos que, por exemplo, a cor da pele deriva de, pelo menos, 22 genes, e que as variações nestes genes não são mais do que variações intraindividuais face às solicitações ambientais contínuas...
E assim, da variação polimórfica de uma só base púrica ou pirimídica (adenina, citosina, guanina ou timina) podem derivar cerca de 10 000 000 combinações diferentes de tons de pele.

E da nossa incompetência em aceitar a nossa animalesca origem, continuamos a perpetuar agressões múltiplas a diversas espécies, continuamos a insistir em experiências lesivas em grandes primatas (tão morfologicamente distantes e tão geneticamente próximos) e continuamos em fechar os olhos querendo acreditar-nos como entes supremos do mundo vivo.
Da nossa teimosa e forçada impossibilidade intelectual em entender que entre nós e os outros está apenas uma diferença mutacional a nível proteico e não um nível de superioridade inexplicável, insistimos em afastar cores diferentes de nós, insistimos em agredi-los verbal, física, mental e espiritualmente e até mesmo ostracizá-los de uma forma, ironicamente, animalesca.
Talvez esteja na hora de começarmos a abrir a nossa mente e deixar que o óbvio se instale em nós.
3 Comments:
Obviamente espero que o óbvio se instale e rápido.
Esta muito dou os parabens para originalidade por este texto.São as 1 palavras que vem do meu pensamento.Esta muito bom.
Porque possuimos a capacidade de escolha penso que somos realmente superiores,nem que seja só por 1% dos macacos. Não sei é se temos realmente a consciencia do que podemos ser, do quanto ainda podemos evoluir. (A ver se os bixos não nos ultrapassam...)
Entretanto e infelizmente ainda entendemos pouco, mas felizmente começamos a entender algumas coisas. Mas, por enquanto, na ignorância, vamos temendo tudo o que nos é desconhecido... e atacamos tudo o que nos parece estranho, sem saber porque na verdade...
Temos tanto orgulho por possuir capacidades, que na verdade não chegamos a explorar...
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