domingo, abril 29, 2007

Sem conter...

As pessoas andantes que se esforçam para chegar a algum destino mas sem se preocuparem com o que as rodeia, na ânsia que algo as importe, que algo as mova, completamente inertes a tudo.

Odeio esta gentinha que nada faz para mudar o que está a sua volta e não vê com bons olhos. Deixam que guiem as suas vidas sem elas próprias lhe darem um rumo, uma direcção.

Sobre isto ja falaram outros e outros mais falaram, mas a minha cólera é irredutível e intransponível. Dá saltos de irritação e loucura no meu estômago e náuseas percorrem o meu corpo todo.

Eu própria quero seguir para algum lado, virar-me para alguma salvação que me transforme e me proteja, mas já estou demasiado envolvida para puder sair.

Revoltam-me pessoas normais que fazem o que os outros ditam, o que a sociedadezinha dita como o mais correcto e que não fazem as suas próprias escolhas, nao seguem os seus sonhos, o que querem na realidade, com medo do que os outros possam dizer ou pensar.

Mas poderá que isto tudo importar? Poderá alguém marcar a diferença? Alguma pessoa para o qual nada disto faz sentido?

Se o fizer estará condenada. Estará condenada a uma solidao insuportável, a uma vivência intolerável, a um mundo só e de rejeição. Mas não valerá a pena para somente fazer valer aquilo que a move, as suas filosofias, a sua visão?

Estamos condenados, todos condenados a uma vida privisível e de conveniência sem fim.
Que merda... revolto-me e volto a revoltar-me. Não consigo evitar nem tão pouco hesitar em sentir o que sinto. É simplesmente demasiado forte.

terça-feira, abril 10, 2007

Cada viagem que faço














(Praia Grande)



Estendo os braços
e aos poucos deixo que minhas pálpebras se encerrem como o pano dos palcos em que se encenam vidas passadas e imaginárias e se caminha tranquilo na verdade do finjimento

Guardo na memória de mim
o azul da última imagem que vejo e deixo-me partir...

Cada viagem que faço estática
é alimento para a chama que tento a todo custo manter acessa para acreditar que um dia sentirei nos pés

os graus de areia
da tranquilidade

o toque suave das nuvens
da acalmia...

E enquanto aqui permaneço

estendo os braços

fecho os olhos

e deixo-me levar nestas viagens que me levam a sítios desconhecidos e tão estranhamente familiares.