domingo, setembro 25, 2005

Hoje (ou qualquer outro dia)














Não gostei deste dia… Não que os anteriores me tenham agradado assim tanto, ou que espere ansiosamente pelos que hão-de vir, mas sinto que não gostei de hoje, nem sequer fiz um esforço para tal e estou zangada comigo por isso mesmo…
Todos os dias são iguais, sim a Lua deita-se, o sol nasce, o mundo acorda, vai trabalhar e no fim volta a casa naquela hora mágica cujo cansaço não permite absorver… mas, há algo que podemos fazer! Existem pequenas coisas que podemos fazer ou dizer para que o nosso dia não igual a todos os outros. Alias, há imensas coisas, imensamente significantes que podemos fazer para que o nosso dia se torne diferente de ontem e de amanhã.
Ah! Mas não podemos esperar que esses momentos de magia surjam simplesmente ou mesmo que caiam do céu só para nos! Temos de nos esforçar, temos de nos preocupar, temos de não nos esquecer que cada dia pode ser o último, e que cada dia poder ser O decisivo, aquele em que determinado gesto ou determinado atitude pode mudar o curso da nosso vida… e hoje não me lembrei disso, e hoje não fiz nada para que o meu dia fosse diferente, ou ainda pior, para que o dia daqueles que estavam à minha volta fosse diferente ou, de forma alguma, especial…
Mas, na verdade, pensando bem, se calhar é preciso que existam dias assim, dias em que nos esquecemos, dias em que nada fazemos. Se calhar é preciso que haja dias assim, dias que são dias simplesmente, dias cujas horas correm ao longo dos minutos sem nos darmos conta de nada, se calhar estes dias são precisos para que nos dias seguinte nos lembremos com mais valor que cada minuto pode ser o mais importante da nossa existência e que a cada segundo o rumo da nossa vida muda.
Já vejo hoje de modo diferente, hoje serviu para que soubesse que ontem foi um dia importante e que amanha poderá ser ainda mais. Hoje serviu para que não me esquecesse que o tempo não pára à espera de mim.

(10 de Março de 2004)