domingo, agosto 28, 2005

O indeciso e incerto

A pedido de duas pessoas decidi escrever sobre as várias personalidades, jogos e papéis que existem distorcidos, com mais frequência, na nossa sociedade.
Hoje trata-se do indeciso e incerto.

Diz-se que o maior erro de uma pessoa é ter medo de cometer erros. A indecisão e a incerteza são maneiras de se evitar o erro e a responsabilidade. Se nenhuma decisão é tomada, não acontecerá nada de errado. A tendência para evitar decisões manifesta-se, por vezes, adiando-as tanto quanto possível. O verdadeiro erro é não aprendermos com os nossos erros.

O problema básico, aqui, é a auto-estima e a tentativa de a proteger. As pessoas indecisas temem perder o respeito que lhes têm, se tomarem a decisão errada. Como alguém já disse, só as pessoas limitadas é que nunca erram. Aprendemos mais com os nossos erros do que com os nossos êxitos. Mas a pessoa indecisa está tão voltada para o seu próprio ego e para o seu valor pessoal, que não percebe a vitalidade destas verdades. O nome do jogo é segurança e auto-protecção; o seu lema é: quem não investe não perde.

Muitas vezes, a indecisão resulta de uma programação que foi feita através de instruções múltiplas, às vezes contraditórias e moralistas; ou de repreensão e embaraço por erros passados. Enfim, a indecisão pode levar a pessoa a envolver-se em problemas mais pesados do que é capaz de suportar. Geralmente, torna-se confusa e não consegue resolver coisa alguma...

Sensatez e reflexão, nesses momentos, são essenciais para conseguir discernir com clareza.

2 Comments:

Blogger JNM said...

Um indeciso é como um isqueiro sem gaz. Faz faísca mas chama, nada! será que a a "não decis~~ao, ou a decisão por tomar não serão em sí mesmas potenciais erros?

mais um excelente post

8/31/2005 8:02 da tarde  
Blogger ManiacaDosPorques said...

É verdade que uma pessoa indecisa é caracteirzada pelo prometer muito e não resolver nada... mas a não tomada decisão torna o seu porto mais seguro.

Para os que constantemente têm que tomar decisões, sejam facéis ou difíceis, já o fazem com uma certa facilidade e caracterizam os outros como permanentes comodistas e pensam que os que não o fazem estão sempre à espera que alguém o faça por eles. Logo, retrata um erro para uns.

Mas para os que vivem esta situação, é um problema mais complexo e doloroso, deixando-se ficar onde se sentem bem, no seu eterno refúgio quieto e parado controlado por eles, onde nada lhes é exigido. O facto de não a tomarem pode, estranhamente, trazer-lhes um estado de paz. Logo, instalam em si este sistema de protecção que a seu ver não poderia estar melhor e, no entanto, a pessoa em questão não deixa de ter tomado uma decisão para com ela mesma...que é estar isente de todas as outras decisões. Irónico, não é?

Mas na minha opinião, é obviamente um grande erro porque por mais que doa uma decisão, ela tem de ser tomada...principamente se for referente a nós e ao nosso futuro...pois mais ninguém o pode fazer por nós.

9/01/2005 7:03 da tarde  

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