terça-feira, agosto 16, 2005

A Etnologia


A paritr do simples interesse pelo éxótico até ao olhar científico, decidi saber mais sobre o que é a Etnologia e o que gira em seu torno.

A curiosidade pelo outro vem de trás, talvez desde sempre. Escritores das clássicas civilizações mediterranêas contavam-nos o seu fascínio pelos povos com que estabeleceram contacto, de características raciais, mentais, religiosas e culturais bastante diferentes daquilo a que estavamos habituados.

Nem sempre este encantamento foi pacífico e tolerante, além de espacialmente limitado. Vim a descobrir que só a partir do século XVI, com o movimento geral dos Descobrimentos, é que o conhecimento geral de mundo e do homem, à escala universal, se inicia verdadeiramente. As descrições que desde então aparecem, de todos os povos do globo com os quais os europeus vão contactando, são extremamente abundantes e valiosas.

O espétaculo de um mundo colorido e variado, pleno de raças e gentes completamente distintas e diferentes de nós, ricas de maneiras de ser, comportamentos, formas de vida e costumes peculiares, constitui a própria substância inicial da ciência antropológica e uma espécie de treino etnológico implícito, ao qual chamamos hoje em dia Princípio da Relatividade das Culturas (lei essencial do convívio entre os povos).

Este facto, vem dar a Portugal, pioneiro de tais andanças pelo mundo, uma importância especial. Apesar, do seu inicial interesse pelo lucro fácil , depreciando como inferior o que não era idêntico, mais tarde surgiu a curiosidade séria e orientada pela obra dos outros, reconhecendo-a como um grande testemunho das suas formas específicas de viver. Percorremos caminhos que cortam várias regiões do mundo, desde Brazil a Barcelos, passando pela Guiné, Cabo Verde, Madeira, Java, Goa, Timor, Moçambique, Angola, Açores, Bragança, Régua... É o mundo sem fronteiras, apenas marcos culturais, que aqui nos faz brilhar os olhos ao assomo de objectos que, de imediato, nos leva a imaginar movimentos gostosos.


Ao pesquisar, dei por mim admirada com a vasta quantidade de informação e de dúvidas que se fizeram surgir na minha mente com este novo tema. E como tal, decidi pôr como sugestão, a visita ao Museu Nacional de Etnologia ( Morada: Avenida Ilha da Madeira, 1400 Lisboa). Aqui puderam esclarecer certas dúvidas como: O que significa este termo hoje em dia? Continua a ser explorado? Ao descobrir não estaremos também a destruir? Será que vale a pena a sua descoberta? E em que perspectivas? Será que apesar do seu desenvolvimento cultural e suas descobertas, não teve também as suas fortes e graves consequências para os povos descobertos? A que nível foram integrados? De que modo foram tratados? Que prestígio e contributos têm as suas vivências e objectos? Como, poderemos, depois, concluir que percebemos os restantes povos e vice-versa?

Tais questões podem ser esclarecidas, depende agora do interesse de cada um.

2 Comments:

Blogger JNM said...

vale a pena saber mais, vale sempre a pena questionar e pensar. Não gosto de defender a tese, mas gosto que demonstrem que estou errado. Quem o fizer fez duas coisas: fez-me ver de outro modo as coisas e fez-me crescer.

8/16/2005 9:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Apareça por cá,... no Museu.

1/20/2007 3:25 da manhã  

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