segunda-feira, agosto 08, 2005

O isolamento

Ou diremos melhor... O solitário

Não há uma ordem lógica para a utilização de jogos, que são como padrões comuns nas nossas relações humanas.Tornamo-nos peritos ou usamos com mais frequência este ou aquele é algo que vai depender da nossa "programação" e das nossas necessidades. Estes jogos têm uma coisa em comum: mascaram e distorcem a verdade sobre aquilo que eu tenho de melhor para partilhar com o outro, o eu mesmo.

O solitário possui um outro jogo de escape, muito parecido com o intelectualista: o jogo de isolamento. O solitário exclui-se da companhia dos outros, vive sozinho e tenta convencer-se de que gosta de viver assim. Entrando nesse confinamento solitário, consegue escapar dos difíceis desafios da sociedade e da vida humana. Assume uma atitude de presunção; critica as organizações e ridiculazira as "pobres pessoas sociáveis", para quem olha com uma pretensa atitude de superioridade e condescência. Está sempre a dizer que é superior a essas futilidades.

O neurótico sente-se dividido entre impulsos internos de aproximação e afastamento das pessoas. O solitário é um neurótico que opta pelo afastamento. Foge e, como não consegue relacionar-se facilmente com os outros, usa o seu jogo para evitar o fracasso no relacionamento humano. Os efeitos finais são determinados por aquilo que está dentro do solitário, pelas razões que o levam a fugir. Este tipo de jogos muitas vezes pode levar eventualmente a uma explosão de raiva interior devido á hostilidade que sente, como também pode levar a hábitos neuróticos obsessivo-compulsivos, em caso de ansiedade...ou mesmo levar ao abismo entre a pessoa e o resto do mundo, em caso de paranóia. Quando uma pessoa, com tempo indefinido, pensa que ao isolar-se pode estar a fazer algo de reflexivo com a sua vida, pode estar a determinar também um padrão de exclusão, em termos de relacionamentos, perante a sociedade... e o mais inacreditável é que é ela própria que o cria.



1 Comments:

Blogger JNM said...

Eu sou o "solitário" que descreves. Apenas não me excluo das companhias, e apesar de viver sozinho, detesto viver assim. Não sou presunçoso. agora vivemos numa sociedade cheia de futilidades, e eu critico as pessoas que se rendem a isso.

Este blog foi um achado, e é notável. Espero que continues assim porque vou passar aqui diariamente.

parabéns (e vais para os links)

8/13/2005 10:16 da tarde  

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