quinta-feira, agosto 04, 2005

As linguagens dos Afectos

Pois é... Afectos


As linguagens dos afectos são imensas, tentando alimentar as nossas fomes de ternura, expressas na simplidade dos laços transmitidos através dos pequenos grandes gestos, olhares, proximidade...

Precisamos das amizades bonitas que nos acontecem, com o gosto das palavras trocadas, das procuras partilhadas, dos olhares fecundos, como se andassemos de mãos entrelaçadas pelos campos floridos dos nossos corações pelas florestas das nossas interioridades...
Cada um de nós ama não com o que tem... mas com o que é!

Viver a Amizade é algo de misterioso, de belo, de maravilhoso: É o grande mistério da relação interpessoal, em que o envolvimento psicossomático (olhar, sorrir, escutar, vibrar interiormente...) se assume através do dinamismo interior da nossa sexualidade.
Só se concebe uma verdadeira amizade enquanto intimidade libertadora e que faz tudo para tornar o outro um pouco mais feliz e, portanto, melhor... Cada vez mais e mais Pessoa.

A maioria de nós foi educada na perspectiva de que os sentimentos e as emoções são para dominar, para controlar e, por isso, não aprendemos a expressá-los correctamente através de relações construtivas de profunda intimidade interior... Apesar da nossa imensa ansia de fusao: De nos sentirmos queridos, valorizados, amados e aceites... como somos.
A fusão de que falo, não é confusão, nem perda de identidade. É fonte de construção interior, de reconciliação e de maturação... É fonte geradora de felicidade.

A vida é como um imenso apelo a penetrar o mistério do Amor, e a encontrar companheiros de viagem, que nos ajudem a percorrer o caminho da forma mais positiva e mais bela possivel. Amar a vida em toda a sua dialéctica de luzes e sombras, alegrias e tristezas, traz-nos o sabor do que é realmente um jardim habitado, não por desconhecidos, mas quem se deseja conhecer.

Tento decifrar as mensagens desta teia de acontecimentos diários, aprendendo a saborear cada momento sempre com os olhos postos na Eternidade. Aquilo que se poderia chamar de voar com os pés no chão...

Interrogo-me, duvido... Volto a interrogar-me... E continuo em frente... Pensando... reflectindo...crescendo... Superando as dificuldades com maior ou menor facilidade...

Na sede de Amor profundo dado e recebido, ou seja, de amizades existenciais, procura-se viver relações privilegiadas de liberdade mútua e de afectos partilhados, vividas na descoberta da ternura que não é pieguice nas relações mas capacidade de profunda intimidade em relações harmoniosas e equilibradas a todos os níveis: Afectivo, emocional, intelectual, espiritual, interior...

Sentir o gosto do sentimento de ternura e da relação da abertura ao outro no mais profundo do Ser... cria redes de solidariedade e de fraternidade à nossa volta, em que o amor sem calculismo (como alimento interior, bondade irradiada, verdade comunicada... como expressão de emergência do nosso Ser pessoal,único e irrepetível) é doado pelo mais íntimo de nós mesmos... através de uma profundidade expressa através dos gestos, das palavras, das atitudes, da postura... atingindo e penetrando todas as nossas margens vivenciais.

Os que amamos fazem parte das nossas realidades existenciais mais profundas e mais bonitas... E... com eles... vamos escrevendo história, através dos momentos que vamos partilhando, cada vez que nos respeitamos, ao olharmo-nos como pessoa; cada vez que nos estimamos, ao querermos mutuamente o máximo bem; cada vez que partilhamos o que somos e temos, sem reservas, sem máscaras, e com muita disponibilidade e acolhimento...




1 Comments:

Blogger Abelhinha said...

É verdade o que dizes sobre a nossa eduação castradora de emoções. Quando crescemos depois temos que esquecer esse condicionamento social e reaprender a dar Afecto, Carinho, Amor, Amizade.
Tenho uma filha pequenina e espero que ela nunca se esqueça como é simplesmente Gostar.

Gostei e vou voltar

8/13/2005 11:31 da tarde  

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